A Conquista da Felicidade, de Bertrand Russel



Proposta de atividade vinculada com a disciplina Semântica e Pragmática, realizada em 2015 pela aluna Gisleide Dos Vales Santos com orientação da Prof.ª Deborah Gomes de Paula e sob a Coordenação da Prof.ª Joana Ormundo do curso de Letras – Campus Vergueiro da Universidade Paulista, UNIP São Paulo.

Venho por meio deste apresentar um Diário de Leitura realizado a partir do  livro “A Conquista da Felicidade” de Bertrand Russell, Capítulo 11 - Entusiasmo

Resumo:

09/11/15 Todos nós somos entusiasmados?


Segundo Russel, ele conta que o entusiasmo é uma característica familiar que o ser humano possui. Para poder explicar sobre o tema e fazer com que compreendamos esse comportamento, faz comparações do entusiasmo com vários temas, sendo um deles: a alimentação. Para ele, algumas pessoas veem a alimentação como algo muito normal e até mesmo aborrecedor, já experimentaram diversos tipos de comida e nunca souberam o que seria passar fome, ou até mesmo de um doente necessitar da alimentação no hospital para que melhore de seu estado. Menciona que para os epicuristas, aqueles que buscam sempre pelo prazer da felicidade, nem tudo está tão bem cozido como deveria, e os glutões que comem de maneira exagerada até que sintam satisfeitos. Faz a finalização do trecho dizendo que um homem é feliz é aquele que se alimenta até estar satisfeito.

Relata que o homem que está entediado diante de um prato de comida é como uma vítima da infelicidade byroniana, ou seja, fazendo parte de seu caráter intelectual, achando que nada mais vale a pena, e com isso o inválido come por obrigação se assemelhando com alguém que tenta se afastar dos prazeres, os glutões apreciam a comida como algo muito delicioso e o epicurista deixa de comer por pensar apenas em sua estética. Os mesmos, com exceção dos glutões, se sentem superiores àqueles que sentem o prazer da comida. Para o autor não há nenhuma simpatia com tal ponto de vista e que “todo desencanto é uma enfermidade”.

Houve trechos em que constam que não é porque alguém gosta de uma coisa e outra pessoa não gosta não os tornam superiores, pois o que na verdade será bom? A diferença é que para quem gosta o sentimento de prazer por gostar de algo os fazem se sentirem mais adaptados ao mundo em que ambos vivem. Pois, quanto mais coisas interessam ao ser humano, mais felizes eles são, porque a vida é muito curta para que possamos nos interessar sobre tudo, porém podemos nos envolver com coisas que possam preencher os nossos dias. Todos têm tendência a se tornarem infelizes consigo mesmos.

Russel diz que nossos êxitos se concretizam apenas se dentro de nós houver o que realmente interessa. O entusiasmo assume várias formas em nossa vida, tais como: Sherlock Holmes, um personagem de ficção da literatura britânica, sendo um investigador, por achar um chapéu concluiu que o dono do chapéu não estava numa situação financeira estável e que sua mulher não o queria mais como antes. A vida o mostrou que não pode ser aborrecida ao ponto de perder algo com que tinha tanto interesse. Há várias coisas que podem ser interessantes para o ser humano desde que eles tenham interesses por elas e assim eles se sentem mais adaptados ao mundo do que para as pessoas que não se interessam por algo. Relata que as pessoas sempre se diferenciam dos demais sem ao menos saber sobre eles. Menciona que há pessoas que sempre estão aborrecidas com tudo e outras que sentem facilidades para desenvolver sentimentos para com os demais.


Há pessoas que viajam para lugares diferentes, mas sempre tem a mesma rotina de se instalarem nos lugares de sempre, falarem dos mesmos assuntos e comerem o de sempre, e quando retornam para as suas casas, sentem aliviados por voltarem a sua rotina. Enquanto, outras pessoas quando viajam buscam fazer tudo diferente, explorar o local, as comidas e conhecerem pessoas novas e voltam para suas casas com algo novo acrescentado. Essas pessoas pode-se afirmar que estão satisfeitas e são mais entusiasmadas com a vida do que as que não aproveitam esses momentos. Elas sabem levar as situações difíceis como um aprendizado, outras que até mesmo a doença tira seu entusiasmo e outras não.

10/11/2015 – O que o interesse nos leva a fazer

Retrata um texto de Borrow sobre um personagem do livro A língua dos ciganos. Ele perde sua esposa e não vê mais sentido em sua vida, porém se interessou em decifrar um dicionário francês - chinês, assim adquirindo um novo interesse pela vida, embora nunca expusesse para as outras pessoas o seu conhecimento. Logo, quando alguém se interessa por algo a vida passa de ser enfadonha.


11/11/2015

Os antigos do período da Revolução Francesa e o Romantismo consideravam a moderação uma virtude fundamental e paixões devastadoras viraram motivo de admiração. Numa vida boa deve haver o equilíbrio entre as diferentes coisas a serem feitas e nenhuma delas deve ir para tão longe para que não se torne impossível de fazê-las.  Glutão sacrifica tudo apenas pelo prazer da comida e com isso diminui a felicidade total de sua vida. Existem outras paixões como essa que podem chegar a excessos, como a imperatriz Josefina que gastava todo o dinheiro de Napoleão para comprar roupas. O excesso foi de tal maneira que ele lhe avisou que caso não moderasse cortaria os custos e só pagaria se fosse algo razoável.  Ao chegar suas contas não viu outra saída a não ser solicitar que o Ministro da Guerra as pagasse com os fundos da guerra, o que resultou a perda dos franceses de Gênova. Isso sendo real ou não serviu para mostrar o que uma paixão avassaladora por algo material pode levar alguém a se render aos caprichos. Para que se tenha a felicidade ela precisa ser sadia. 

14/11/2015

Outro exemplo é de um homem que goste de jogar xadrez. Se ele for solteiro e economicamente independente, jogar não tem nenhum problema, agora se for casado, com filhos e não tiver condições financeiras terá que reprimir essa paixão pelo jogo. Ao contrário dos dipsômanos e glutões que precisem de ataduras sociais agem contra os instintos e o vício prejudica a saúde, o domínio de suas faculdades mentais, salários que cobririam as necessidades básicas ao que se refere à esposa e os filhos do homem que joga xadrez.
O homem não deve se deixar levar por esses desejos supérfluos. Se ele gosta apenas de jogar xadrez, vai trabalhar normalmente pensando na saída quando poderá jogar é feliz. Agora se deixa de trabalhar para passar o dia inteiro jogando perdeu a virtude da moderação. Algumas pessoas que se deixam levar pela bebida para poder esquecer-se de seus problemas, coisa que a sobriedade não o deixa feliz por alguma situação já passada. Alguns conseguem desvencilhar dos acontecimentos marcantes com coisas positivas, como o chinês que perdeu a esposa e decidiu usar de seu tempo para traduzir o dicionário porque isso melhorava sua inteligência. Uma maneira boa de escape do que os preferem se afundar na bebida.

15/11/2015 - O poder da Superação

O entusiasmo natural das pessoas pode ser destruído por algo que fora marcante na vida dela por situações diversas. Uma criança se interessa por várias coisas por ser algo novo a experimentar e viver. Um gato que pula na casa ao lado e fareja todo o redor para que tenha certeza que no local não há ratos.
Um homem que não tenha passado por alguma situação devastadora se verá feliz porque o entusiasmo é algo que se manterá, assim tendo uma vida agradável, tendo em vista que limitamos a nossa liberdade.

A perda do entusiasmo baseia-se na sociedade por termos que abrir mão de nossa liberdade, sendo necessária para manter nossa vida. Enquanto o selvagem quando sente fome age por instinto o ser humano sabe que ao sair do trabalho poderá ter sua refeição porque vivemos uma diretriz que a sociedade impõe. Sabe que sentirá fome futuramente e por isso se motiva a manter-se no trabalho para suprir essa necessidade. Na vida social, mantemos contato com outras pessoas não por sentirmos vontade, mas sempre pensamos em qual benefício teremos com eles. Em cada momento de nossas vidas seguramos nossas emoções, como quando estamos felizes não saímos cantando para todos os lados e quando estamos tristes não choramos as mágoas no meio de todos. Quando crianças, não temos liberdade de correr para todos os cantos e quando adultos também temos a liberdade restringida por termos que estar em nossos empregos e isso faz com que a gente perca o entusiasmo em vista de tantos problemas.  
E para superá-los precisamos de muita disposição, saúde e alegria e termos a boa sorte de fazermos aquilo que acharmos interessante. Algumas pessoas mantêm o entusiasmo apesar das adversidades e isso requer uma grande quantidade de energia.  As mulheres mais velhas, não tantas como hoje para se manterem mais cautelosas perdem um pouco de seu entusiasmo por não poderem se abrir mais aos homens que tens interesse por causa do que a sociedade impõe. Hoje não está tão evidente quanto antes, mas se procurarmos ainda encontraremos mulheres com esse mesmo tipo de pensamento.  Tornam - se fiéis de suas escolhas e com isso acabam perdendo totalmente seu entusiasmo. Tanto para os homens quanto para mulheres o entusiasmo é o segredo da felicidade.




Conclusão:

Em minhas considerações pessoais sobre a leitura, uma pergunta sempre pairou em minha mente, a primeira pergunta feita pelo autor neste trecho do livro: “Todos nós somos entusiasmados”???

Essa pergunta me remeteu aos meus tempos de criança, quando o entusiasmo me fazia não ter medo do desconhecido, quando era uma corajosa menina disposta a desbravar o mundo, sinto falta de toda aquela coragem.

Conforme o tempo passa aprendermos a ter limites e viver de acordo com o que nossa sociedade impõe e acabamos nos contentando apenas com o suficiente, a sociedade passou a ver o entusiasmo como um defeito, pessoas que possuem entusiasmo, são facilmente rotuladas pelos glutões, como ingênuos, frágeis, bobos, etc.

Hoje em dia buscar o melhor das pessoas passou a ser um defeito e não mais uma qualidade, no entanto, meu coração se acalma ao perceber que possuo o grande defeito do entusiasmo e que por mais difíceis que sejam meus problemas, as coisas sempre vão melhorar e que mesmo em algumas derrotas se pode amadurecer aprender e se tornar uma pessoa melhor.

Gostaria através deste trabalho acadêmico prestar minhas homenagens a um exemplo de superação e entusiasmo a Senhora Regina Colella, 58 anos, que sempre trabalhou na área acadêmica como Secretária de Escolas e Faculdades.
 No decorrer dos anos de tantos pequenos acidentes, acabou fragilizando o seu joelho porque a cartilagem ficou gasta e teve que fazer uma operação para colocar uma prótese no joelho e com isso há dois está afastada. Desde a época em que estava casada, sempre gostou de tintas, pintura e artesanato.
E após o ocorrido, por não poder se locomover decidiu se dedicar a arte da pintura e artesanatos.

Hoje, a Senhora Regina passa seus dias se empenhando em desenvolver vários tipos de artesanatos, uma válvula de escape para poder ocupar sua cabeça das diversas preocupações.
                   Aqui podemos verificar alguns de seus trabalhos e no site: www.facebook.com.br/arteunica, podemos contemplar os demais.






 
Nome: Gisleide Dos Vales Santos, RA C76450-7.


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