Apresentamos aqui uma proposta de aula, recomendada pelo Professor Helcius


Assunto: Gramatica; Ponto de vista normativo/descritivo Mitos e verdades. Quebrando preconceitos.

TRECHOS DE ALGUMAS IDEIAS PROPOSTAS

Trechos retirados de DELTA - Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada.
DELTA vol.18 no.1 São Paulo 2002
SILVA F.L. da & Moura, H.M.de M.(orgs.) (2002)

                                                      O direito à fala
                                                      A  questão do Preconceito Linguístico
                                                      Florianópolis: Insular 128 p.

Trata-se de uma coletânea organizada em torno de um assunto polêmico e bastante atual: o preconceito lingüístico. Basta acompanhar, por exemplo, as inúmeras preleções de cunho normativista (observadas em diversos âmbitos) centradas no que é "certo" e "errado" na língua e a conseqüente avaliação social que atribui prestígio ou estigma às diferentes falas, ou as discussões travadas em torno da linguagem politicamente correta, para se constatar o caráter polêmico do tema. Por outro lado, a atualidade do assunto é visível na recorrência com que tem sido abordado sob diferentes ângulos, conforme atestam algumas publicações, como a de Bagno (1999), o documento sobre Definição da Política Lingüística no Brasil resultante de ampla discussão entre os lingüistas e publicado no Boletim da ABRALIN, 23 (1999); o Boletim da ALAB 4-4 (2000) sobre o Projeto de Lei contra os Estrangeirismos, bem como matérias em jornais a exemplo de Faraco (2001) na Folha de S.Paulo, entre outras".

Nossa interpretação:

Trechos retirados de uma coletânea organizada sobre o preconceito linguístico, visto que é diverso e polêmico os inúmeros exemplos e conceitos da regra normativa, onde se foca o que é "certo" e "errado" na língua e assim como é avaliada socialmente, dando prestígio ou estigmatizando as diferentes falas e as discussões em torno do que é corretamente ser falado, mas por outro lado toda essa discussão leva a abordar o assunto em diferentes ângulos, conforme segue: Bagno (1999), o documento sobre Definição da Política Lingüística no Brasil resultante de ampla discussão entre os lingüistas e publicado no Boletim da ABRALIN, 23 (1999); o Boletim da ALAB 4-4 (2000) sobre o Projeto de Lei contra os Estrangeirismos, bem como matérias em jornais a exemplo de Faraco (2001) na Folha de S.Paulo...



"Para escrever o segundo artigo, Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito lingüístico, José Luiz Fiorin se inspira em um personagem de Monteiro Lobato do conto O colocador de pronomes, o qual, vivendo em busca de erros gramaticais, deixa de perceber as belezas da linguagem. A língua como resultado de um processo histórico é o pano de fundo para a caracterização do preconceito lingüístico como fruto da "intolerância em relação à variação e à mudança" (p.27), preconceito que a própria escola e os gramáticos tratam de difundir. O autor focaliza fatos da mídia em que a diversidade lingüística é ridicularizada e, com bastante pertinência, examina trechos de uma entrevista de Pasquale Cipro Neto dada à revista VEJA (setembro de 1997), nos quais o professor de gramática corrobora muitos preconceitos lingüísticos partindo da concepção equivocada de que a língua é homogênea e estática. Aproveitando "deixas" de Pasquale na matéria, o autor discorre sobre diferenças entre a fala e a escrita e entre o português brasileiro e o europeu, e discute comentários equivocados como os seguintes: do ponto de vista da norma culta, a melhor fala é a do Rio de Janeiro e a pior é a de São Paulo; é idiota quem usa palavras em inglês no lugar de palavras equivalentes em português; em termos lingüísticos "estamos nivelados por baixo" (p.34); e a "pérola" final: o comentário do referido professor, por ocasião de um conhecido comercial da cadeia McDonalds, de que não teria feito publicidade dos lanches mas sim divulgado a língua portuguesa... Por fim, considerando amplamente a diversidade lingüística, desqualifica com veemência a opinião dos guardiões da língua, de que "os lingüistas estão destruindo o idioma, porque para eles vale tudo" (p.35)".

Nossa interpretação:

Ao escrever, "Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito lingüístico, José Luiz Fiorin se inspira em um personagem de Monteiro Lobato do conto O colocador de pronomes, o qual, vivendo em busca de erros gramaticais, deixa de perceber as belezas da linguagem", isto é, ao ficar focado no "pedantismo gramatical", o personagem de Monteiro Lobato, esquece da importância e da beleza da língua como um todo

Em torno de preconceito linguístico e a língua como referência histórica é o objeto em torno da variação e da mudança da mesma, onde a própria escola e os teóricos difundem tal preconceito.

Fiorin, foca e cita fatos da midia onde a diversidade linguística é ridicularizada, onde Pasquale Cipro Neto é mencionado em uma entrevista a Revista Veja (setembro 1997), onde ele coloca o conceito equivocado de que a língua é estática e homogênea, onde também o professor equivocado cita as diferenças entre fala e escrita, entre o português brasileiro e europeu e de que a forma correta se fala em determinado estado é a "certa" ou "errado, entre Rio e São Paulo e acha ridículo mencionar palavras em inglês, ao se mencionar palavras equivalentes em português e para finalizar o citado professor acusa os linguistas de estarem destruindo a língua, já que vale tudo.



Corpo do trabalho: 


Objetivo: Incentivar o pensamento crítico dos alunos, mostrando a diferença da gramatica normativa e descritiva, e tudo que é imposto pela norma padrão. As diferenças entre a escrita, e língua falada, contrastando com a regras da gramatica. O aluno tem o papel de analisar o grau de informalidade da situação, e com isso desmistificar preconceitos que são gerados em torno do assunto proposto
.


Recursos metodológicos:
Os alunos se dividiriam em grupos de 5 pessoas, e teriam que fazer gravações de áudio, ou vídeo de diálogos, cada grupo com determinado assunto, para que assim ocorra vários graus de formalidade/informalidade. Após a gravação analisariam todos os pontos de distanciamento/aproximação com a norma culta, regras impostas pela gramatica. Tendo como base o contexto da conversa, e o grau de informalidade/formalidade da situação. Após essa analise elaborariam um relatório, aonde transcreveriam as experiências e resultados do trabalho. Depois de todas fases concluídas, os alunos teriam que apresentar o objeto de estudo em sala de aula como um seminário, cada grupo apresentaria um ponto de vista dentro desses diálogos e os demais assistiriam as apresentações, se alternando.


Materiais didáticos: Apresentação com recursos digitais, a escola disponibilizaria o equipamento, os alunos trariam os trabalhos em pendrives, e os relatórios para sala de aula. Durante o processo de análise seriam abordados em sala de aula textos, e livros de autores que apoiam o assunto trato. Como base o autor Marcos Bagno. O professor abriria espaços em sua aula para auxiliar o andamento do trabalho, e tirar supostas dúvidas.
Avaliação: Após a apresentação de todos os grupos os alunos teriam que formular perguntas, sobre os pontos mais fortes, no caso daqueles que optaram por gravar uma conversa mais formal, e outros que optaram por uma conversa mais casual. Nesse sentido eles perceberiam que não existe uma totalmente igual aquilo que a gramatica empoe, o que acontece é que para determinado local e situação são usadas diferentes formas de se expressar.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO, M. 1999. Preconceito lingüístico o que é, como se faz. São Paulo: Ed. Loyola.

CALVET, J.L 1999a. La guerre des langues et les politiques linguistiques. Paris: Hachette Littératures.

_____. 1999b. Pour une écologie des langues du monde. Paris: Ed.Plon.

FOUCAULT, M. 1977. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

POSSENTI, S. 1995. A linguagem politicamente correta e a análise do discurso. Revista de Estudos da Linguagem 3,2: 123-140.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog