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Mostrando postagens de maio, 2017
Foi preciso. Sim, foi preciso sentir a cada segundo, minuto, hora, dia, semana , mês e ano! A cada palavra, virgula e ponto! A entonação de sua voz, os gestos de seu corpo. Precisei sentir cada som, sensação e cheiro, correrem entre minhas veias, como a dor de um punhal no peito, a cada palpitar do meu coração.  Foi preciso saborear o gosto de minhas lagrimas, inúmeras vezes, assim como pela primeira vez, naquele banho de banheira, entre as pétalas vermelhas. Só me lembro da dor, e meu corpo submerso em águas quentes, e tão frias ao mesmo tempo!  Desde aquele momento em diante, a dor em mim fez morada, foi preciso sentir, ver, ouvir, gritar, sair de mim, para assim te esquecer. Silvia Carvalho
Carta Há muito tempo, sim, não te escrevo. Ficaram velhas todas as notícias. Eu mesmo envelheci: olha em relevo estes sinais em mim, não das carícias (tão leves) que fazias no meu rosto: são golpes, são espinhos, são lembranças da vida a teu menino, que a sol-posto perde a sabedoria das crianças. A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir, quando dizias "Deus te abençoe", e a noite abria em sonho. É quando, ao despertar, revejo a um canto a noite acumulada de meus dias, e sinto que estou vivo, e que não sonho. ANDRADE Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade –